terça-feira, maio 26, 2009
segunda-feira, maio 25, 2009
E tu cala-te, ò jornalista!
"Os bons e os maus
Já há mais jornalistas a contas com a justiça por causa do Freeport do que houve acusados por causa da queda da ponte de Entre-os-Rios. Isto diz muito sobre a escala de valores de quem nos governa. Chegar aos 35 anos do 25 de Abril com nove jornalistas processados por notícias ou comentários com que o Chefe do Governo não concorda é um péssimo sinal. O Primeiro-ministro chegou ao absurdo de tentar processar um operador de câmara mostrando que, mais do que tudo, o objectivo deste frenesim litigante é intimidar todos os que trabalham na comunicação social independentemente das suas funções, para que não toquem na matéria proibida. Mas pode haver indícios ainda piores. Se os processos contra jornalistas avançarem mais depressa do que as investigações do Freeport, a mensagem será muito clara. O Estado dá o sinal de que a suspeita de haver membros de um governo passíveis de serem corrompidos tem menos importância do que questões de forma referentes a notícias sobre graves indícios de corrupção. Se isso acontecer é a prova de que o Estado, através do governo, foi capturado por uma filosofia ditatorial com métodos de condicionamento da opinião pública mais eficazes do que a censura no Estado Novo porque actua sob um disfarce de respeito pelas liberdades essenciais. Não havendo legislação censória está a tentar estabelecer-se uma clara distinção entre "bons" e "maus" órgãos de informação com advertências de que os "maus" serão punidos com inclemência. O Primeiro-ministro, nas declarações que transmitiu na TV do Estado, fez isso clara e repetidamente. Pródigo em elogios ad hominem a quem não o critica, crucifica quem transmite notícias que lhe são adversas. Estabeleceu, por exemplo, a diferença entre "bons jornalistas", os que ignoram o Freeport, e os "maus jornalistas" ou mesmo apenas só "os maus", os que o têm noticiado. Porque esses "maus" não são sequer jornalistas disse, quando num exercício de absurdo negou ter processado jornalistas e estar a litigar apenas contra os obreiros dos produtos informativos "travestidos" que o estavam a difamar. E foi num crescendo ameaçador que, na TV do Estado, o Chefe do Governo admoestou urbi et orbi que, por mais gritantes que sejam as dúvidas que persistem, colocar-lhe questões sobre o Freeport é "insultuoso", rematando com um ameaçador "Não é assim que me vencem". Portanto, não estamos face a um processo de apuramento de verdade. Estamos face a um combate entre noticiadores e noticiado, com o noticiado arvorando as armas e o poder que julga ter, a vaticinar uma derrota humilhante e sofrida aos noticiadores. Há um elemento que equivale a uma admissão de culpa do Primeiro-Ministro nas tentativas manipulatórias e de condicionamento brutal da opinião pública: a saída extemporânea de Fernanda Câncio de um painel fixo de debate na TVI sobre a actualidade nacional onde o Freeport tem sido discutido com saudável desassombro, apregoa a intolerância ao contraditório.
Assim, com uma intensa e pouco frequente combinação de arrogância, inabilidade e impreparação, com uma chuva de processos, o Primeiro Ministro do décimo sétimo governo constitucional fica indelevelmente colado à imagem da censura em Portugal, 35 anos depois de ela ter sido abolida no 25 de Abril."
Mário Crespo in JN
Zé da Lela
quinta-feira, maio 21, 2009
quarta-feira, maio 20, 2009
Em primeira mão
A foto exclusiva da professora de história de Espinho. Fontes próximas afirmam que para além das aulas em período diurno, a docente desenvolve actividade como formadora de adultos em horário pós-laboral, tendo igualmente formação em vitrinismo e decoração de montras obtida em Amesterdão.
Zé da Lela
segunda-feira, maio 18, 2009
sexta-feira, maio 15, 2009
quarta-feira, maio 13, 2009
há os maus e há os outros...
Para o PP o crime tem nuances.
Tem cores, tem raças, tem nacionalidades, tem pedigree.
Tem uma clara relação com a morada.
Só assim se pode perceber o tratamento diferenciado que o Nuno Melo vai vociferando (sim, porque ele não fala, vocifera de um modo que deixa o Francisco Louçã muito para trás…) em todo e qualquer debate ou aparição (hoje especialmente on topic) pública.
Tratamento diferenciado porque as medidas a tomar no combate aos pervericadores não estão dissociadas da origem socio-económica dos mesmos e do tipo de crimes cometidos.
Vejamos, para os crimes do tipo carjacking, assaltos as bombas de gasolina e afins, normalmente cometidos por indivíduos de condição social mais baixa, de etnias minoritárias ou de outras nacionalidades, a punição, mais do que justa, deve ser severa!
Para os crimes economico-financeiros, normalmente cometidos por indivíduos de condição social mais elevada, com formação superior e com relação estreita com as máquinas partidárias dominantes, a punição deve ser para… a entidade reguladora, que deixou que tal acontecesse.
Nem uma palavra relacionada com severidade!
Que isso é só para a escumalha! Para os outros, a palmadinha na mão chega!
Ai, ai, ai, menino mau!
pedro a.
Tem cores, tem raças, tem nacionalidades, tem pedigree.
Tem uma clara relação com a morada.
Só assim se pode perceber o tratamento diferenciado que o Nuno Melo vai vociferando (sim, porque ele não fala, vocifera de um modo que deixa o Francisco Louçã muito para trás…) em todo e qualquer debate ou aparição (hoje especialmente on topic) pública.
Tratamento diferenciado porque as medidas a tomar no combate aos pervericadores não estão dissociadas da origem socio-económica dos mesmos e do tipo de crimes cometidos.
Vejamos, para os crimes do tipo carjacking, assaltos as bombas de gasolina e afins, normalmente cometidos por indivíduos de condição social mais baixa, de etnias minoritárias ou de outras nacionalidades, a punição, mais do que justa, deve ser severa!
Para os crimes economico-financeiros, normalmente cometidos por indivíduos de condição social mais elevada, com formação superior e com relação estreita com as máquinas partidárias dominantes, a punição deve ser para… a entidade reguladora, que deixou que tal acontecesse.
Nem uma palavra relacionada com severidade!
Que isso é só para a escumalha! Para os outros, a palmadinha na mão chega!
Ai, ai, ai, menino mau!
pedro a.
terça-feira, maio 12, 2009
sexta-feira, maio 08, 2009
O Clube dos Poetas dos Mortos
Primeiro foi Moita Flores. De inspector a escritor, argumentista, comentador, patologista, professor universitário, guia de cemitérios até presidente de câmara, Moita Flores foi pioneiro numa tendência que parece agora imparável, a dos ex-PJ’s com queda para o mediatismo e para os sete ofícios.
Depois veio o Barra da Costa. Inspector reformado, confuso, aparentemente senil, claramente gabarolas, desbocado, mitómano – diz que infiltrou as FP-25 quando toda gente sabe que aquilo caiu de podre e com base na ancestral técnica da chibadela. Acha que as FP-25 lhe pertencem e que só ele pode falar sobre o assunto. Escreveu uns livros, cheios de private jokes e indirectas e desconfio, a julgar pelo estilo confuso, que deve ter ajudado o Macedo Correia – o principal chibo das FP’s, que entretanto se mudou para o Brasil com o dinheiro dos contribuintes, país onde se faz passar por escritor e intelectual sob o pseudónimo de João Barcellos - a escrever a sua primeira grande obra literária As Cinzas dum Tempo Perdido – ascensão e queda das FP-25?. Por entre todos os disparates que já proferiu em público destaca-se quiçá a genial tirada a respeito da suposta condição de swingers dos pais da Maddie. Também é professor universitário, o que me leva a interrogar-me acerca do que ensinará nas suas aulas…
Depois apareceu Paulo Cristóvão, homem surgido do controverso caso Joana e que se afirmou demissionário da PJ por achar que ninguém tem o direito de o colocar numa sessão de identificação na qualidade de elemento a identificar, o que indicia alguma sobranceria perante uma lei que se quer igual para todos. Escreveu um livro sobre o assunto mas na cabeça de toda a gente ficou a dúvida a respeito da forma como uma família de semi-analfabetos conseguiu ludibriar tudo e todos e fazer desaparecer um corpo, ao mesmo tempo que ninguém acredita na história já gasta da queda pelas escadas que terá vitimado a mãe da criança. Para todos os que acreditam que o Sporting provavelmente só irá chegar a algum lado à chapada, Paulo Cristóvão surge agora como um surpreendente empresário candidato à presidência do clube.
Finalmente Gonçalo Amaral. Durante algum tempo convenceu-me naquele papel de homem justo, atacado por uma hierarquia cúmplice com o poderio dos McCann. Provavelmente ainda me convence um bocadinho. Contudo, a pressa com que apareceu a fazer-se a um tacho de presidente da câmara, numa lamentável novela intitulada Vou ser – não vais nada protagonizada a meias com a líder do PSD, ficou-lhe mal. Escreveu um livro, protagonizou um documentário, só não conseguiu ir à Oprah nem encontrar a Maddie, talvez porque não o deixaram.
Fica-se assim com a ideia de que de facto a Polícia Judiciária é uma grande polícia, instituição que provavelmente recruta pessoas já de si desenrascadas, permitindo a essas pessoas um contacto transversal com as diversas esferas da realidade, fazendo delas indivíduos multifacetados, dotados de competências em áreas diversas, promovendo reconversões profissionais céleres e bem sucedidas. Isso ou outra coisa qualquer que agora não me ocorre.
Depois veio o Barra da Costa. Inspector reformado, confuso, aparentemente senil, claramente gabarolas, desbocado, mitómano – diz que infiltrou as FP-25 quando toda gente sabe que aquilo caiu de podre e com base na ancestral técnica da chibadela. Acha que as FP-25 lhe pertencem e que só ele pode falar sobre o assunto. Escreveu uns livros, cheios de private jokes e indirectas e desconfio, a julgar pelo estilo confuso, que deve ter ajudado o Macedo Correia – o principal chibo das FP’s, que entretanto se mudou para o Brasil com o dinheiro dos contribuintes, país onde se faz passar por escritor e intelectual sob o pseudónimo de João Barcellos - a escrever a sua primeira grande obra literária As Cinzas dum Tempo Perdido – ascensão e queda das FP-25?. Por entre todos os disparates que já proferiu em público destaca-se quiçá a genial tirada a respeito da suposta condição de swingers dos pais da Maddie. Também é professor universitário, o que me leva a interrogar-me acerca do que ensinará nas suas aulas…
Depois apareceu Paulo Cristóvão, homem surgido do controverso caso Joana e que se afirmou demissionário da PJ por achar que ninguém tem o direito de o colocar numa sessão de identificação na qualidade de elemento a identificar, o que indicia alguma sobranceria perante uma lei que se quer igual para todos. Escreveu um livro sobre o assunto mas na cabeça de toda a gente ficou a dúvida a respeito da forma como uma família de semi-analfabetos conseguiu ludibriar tudo e todos e fazer desaparecer um corpo, ao mesmo tempo que ninguém acredita na história já gasta da queda pelas escadas que terá vitimado a mãe da criança. Para todos os que acreditam que o Sporting provavelmente só irá chegar a algum lado à chapada, Paulo Cristóvão surge agora como um surpreendente empresário candidato à presidência do clube.
Finalmente Gonçalo Amaral. Durante algum tempo convenceu-me naquele papel de homem justo, atacado por uma hierarquia cúmplice com o poderio dos McCann. Provavelmente ainda me convence um bocadinho. Contudo, a pressa com que apareceu a fazer-se a um tacho de presidente da câmara, numa lamentável novela intitulada Vou ser – não vais nada protagonizada a meias com a líder do PSD, ficou-lhe mal. Escreveu um livro, protagonizou um documentário, só não conseguiu ir à Oprah nem encontrar a Maddie, talvez porque não o deixaram.
Fica-se assim com a ideia de que de facto a Polícia Judiciária é uma grande polícia, instituição que provavelmente recruta pessoas já de si desenrascadas, permitindo a essas pessoas um contacto transversal com as diversas esferas da realidade, fazendo delas indivíduos multifacetados, dotados de competências em áreas diversas, promovendo reconversões profissionais céleres e bem sucedidas. Isso ou outra coisa qualquer que agora não me ocorre.
Zé da Lela
quinta-feira, maio 07, 2009
terça-feira, maio 05, 2009
segunda-feira, maio 04, 2009
Em política
Homem que é homem tem que levar na tromba dos comunas, pelo menos uma vez. É assim uma espécie de ritual de passagem à vida adulta, um certificado de relevância a que todos os que aspiram a um lugar cimeiro na via-sacra que conduz ao status de estadista se têm de sujeitar.
Não se pense que é fácil, a coisa exige técnica, é preciso manter um ar impávido e democraticamente seguro – o que é do mais irritante quando se quer arrancar a alguém uma reacção - enquanto se é cuspido, socado, pontapeado e insultado – directamente ou apelando à figura materna e respectiva adjectivação.
Não se pense que é fácil, a coisa exige técnica, é preciso manter um ar impávido e democraticamente seguro – o que é do mais irritante quando se quer arrancar a alguém uma reacção - enquanto se é cuspido, socado, pontapeado e insultado – directamente ou apelando à figura materna e respectiva adjectivação.
Depois há que ter em conta também o local em que o linchamento ocorre: na Marinha Grande é sinónimo de pontuação máxima, na Baixa no Primeiro de Maio é bonzinho, na Baixa da Banheira ou na Cova da Piedade a coisa passa despercebida.
Só que depois ainda há aqueles que por muito que levem nos cornos nunca hão-de passar duns
cagõezitos de segunda linha…
Zé da Lela