Alcabrozes

Érêmes Muites, Apanhárêmes Pôque..., Olha!... Safárêmes!!!

quinta-feira, abril 02, 2009

No nosso queijo ninguém mexe

Sempre foi e será a máxima da classe médica em Portugal e eu até sou daqueles que acham que toda a gente tem direito a zelar pelos seus interesses por muito corporativos e ignóbeis que os mesmos possam parecer aos restantes actores deste palco que é a vida.
O que eu dispenso mesmo é o género de hipócrisia, sobranceria e soberba, já para não falar na cretinice, associadas à defesa do indefensável que ontem vi e ouvi plasmadas nas palavras do responsável pela região sul da ordem dos médicos para justificar a oposição dos ditos cujos à hipótese de os utentes poderem optar por génericos à margem da opção do médico no momento da prescrição. A linha de argumentação era qualquer coisa como:
- os doentes, habituados à toma regular de um determinado fármaco, ao não reconhecerem a embalagem do genérico incorrem no risco da toma simultãnea (do medicamento do costume e do genérico), sendo a sobredosagem um grave risco para a saúde pública.
Pronto, de uma tacada só e numa só frase, este senhor materializou o pior dos estigmas associados à classe médica, aquele que diz que os médicos são uma cambada de mercenários, organizados num sindicato de tipo mafioso a que chamam eufemisticamente ordem, arrogantes, que se estão nas tintas para os doentes que além do mais consideram criaturas acéfalas, desprovidas de uma réstia de inteligência que lhes permita perceber que o que este senhor diz se resume a um monte daquilo a que os americanos chamam graciosamente de bullshit e eu prefiro chamar retórica de 45ª categoria para tótós que é aquilo que ele acha nós somos.
Zé da Lela

3 Comments:

  • At quinta-feira, abril 02, 2009 6:41:00 da tarde, Anonymous pedro a. said…

    Pensei exactamente o mesmo!
    E ainda acusaram a ANF de estar a soldo de um laboratório q fabrica genéricos.
    Que lata!

     
  • At sexta-feira, abril 03, 2009 9:22:00 da manhã, Anonymous Zé da Lela said…

    Como diz o ditado, um bom julgador por si se julga.

    Nunca percebi aqueles dois vergonhosos quadradinhos ao fundo das receitas e sobretudo o que lá vem escrito. Sejamos francos, o que lá devia estar escrito é: a)reconheço ao doente a capacidade de decidir livremente sobre a sua carteira e de optar ou não por um medicamento que, apesar de muito mais barato, é exactamente igual aos "de marca"; b) estou-me cagando para o doente e para a sua capacidade económica e portanto obrigo-o a comprar o medicamento "de marca" do laboratório que me financia a ida aos congressos nas Caraíbas e outras benesses que tais, porque eu ando nisto é para me encher e não para ajudar o próximo, como aliás jurei quando acabei o curso para o qual consegui entrar por ser um marralhão;

    Só nesta terra de facto...

     
  • At sexta-feira, abril 03, 2009 10:47:00 da manhã, Anonymous pedro a. said…

    marralhão!
    o neologismo que faltava!
    será o juramento de Hipócatres uma hipocrisia?

     

Enviar um comentário

<< Home