Alcabrozes

Érêmes Muites, Apanhárêmes Pôque..., Olha!... Safárêmes!!!

sexta-feira, setembro 15, 2006

Chanel nº5

Pedes que te substitua. Digo que sim. Desço a rua à espera de algum cliente. Faz frio e pequenas gotas de água começam agora a cair do céu, sopra um vento forte que me faz levantar o casaco. Resguardo-me junto à parede e aí permaneço. Acendo um cigarro e fico a ver o fumo a misturar-se com a chuva que agora cai. Ao lonje vejo uns faróis de um carro, apercebo-me que é um mercedes preto. Provavelmente é o senhor doutor mas hoje não é sexta-feira. O carro pára poucos metros à minha frente. O vidro fosco abre-se e eu aproximo-me. Lá de dentro sai um cheiro a perfume caro. Inclino-me e vejo uma senhora bem penteada, carregada de jóias. Pergunta-me quanto levo. Digo-lhe que não faço mulheres, mas mais abaixo há quem faça. Diz-me que não é para ela, é para um amigo, um grande amigo. Duzentos euros com tudo. Não acha caro. Diz que quer pagar adiantado e que me vai dar a morada dele. Dá-me trezentos euros e um guardanapo daqueles de café todo enbrulhado. Abro-o e vejo a morada. É a minha morada. Olho para ela e fito a mão a entrar novamente na mala e a sair de lá com um revólver. À medida que ela vai vazando o tambor da arma sobre o meu peito pergunto-lhe porquê. Ela responde: Sou a amante do senhor doutor há mais de vinte anos. Não suporto concorrência.

i am you